
Das ruas à faculdade
O jovem cresceu com os avós, no interior de MG, e mudou-se para Brasília aos 18 anos para estudar e trabalhar. Após agressões do pai, com quem morou na capital Federal, decidiu sair de casa. Fez, então, da Rodoviária do Plano Piloto seu novo lar. "Passei muito frio e comi restos de comida que as pessoas deixavam para trás. Foi assim durante uns quatro anos."
Depois de passar por dificuldades, um senhor, então, com um simples gesto, mudou sua vida. O homem havia decidido comprar um lanche para o rapaz e Walisson contou que sonhava em voltar a estudar, e terminar o ensino médio, mas, como não tinha residência fixa, não conseguia fazer a matrícula.
Comovido com a história de Walisson, o senhor tirou uma conta de luz do bolso e entregou para o jovem. No mesmo dia, ele se matriculou em um Centro de Educação de Jovens e Adultos na Asa Sul, voltando aos estudos em 2012.
De acordo com a publicação, a rotina de Walisson consistia em frequentar a escola pela manhã, ir à biblioteca à tarde e, à noite, voltar para a rodoviária, onde dormia e pedia dinheiro. No mesmo ano, concluiu o ensino médio, e conseguiu um bico de entregador de panfleto que lhe rendia R$ 20 por dia. Desta forma, conseguiu alugar um quarto na casa de uma senhora em Samambaia.
Mas Walisson ainda queria conquistar mais: em 2013, o rapaz prestou o Enem e, com a boa pontuação, conseguiu vaga em uma universidade particular e o financiamento do curso por meio do Fies.
Atualmente, ele está no oitavo semestre e ganha R$ 760 no estágio, do qual R$ 500 são usados para pagar o aluguel e, o restante, para alimentação, transporte e material da faculdade. Para se manter sempre bem vestido, conta com a ajuda de amigos e colegas, que sempre doam algum terno, gravata e pares de sapato.

Fonte: Migalhas.